NOTE: This page was created in the year 2016 and updated after her decease in February 2022.
Cristina Calderón – National Heroine of Chile (2016)
Um dos principais personagens do livro “21 Dias Nos Confins do Mundo”
(One of the main character of the book “21 Days at the End of The World“)
November 24th 2016, oficially elected National Heroine of Chile
Foto above (fonte: Desarollo Social y Familia Chile): Gramma Cristina and her daugther Lídia Calderón, in Santiago do Chile, where Gramma Cristina was awarded the title of National Heroine of Chile.
Newspapers in Chile and Brasil (2016)
Cristina Calderón was born at Robalo, Puerto Williams – Navarino Island, Chile. After the death of her sister Úrsula Calderón in 2003, she came to be the only full-blooded member between her People Yagán and the last speaker of her ancestral language. Cristina (often referred to as simply “Abuela” – Spanish for “Grandmother”) and Úrsula used to practice their natine language with Emelinda Acuña” (Cristina´´´ s sister-in-law), who died in 2005. Cristina Calderón has been officially declared Illustrious Daughter of The Magallanes Region and Chilean Antarctica. She also has been recognized by The National Council of Culture and the Arts (Chile) as a Living Human Treasure in the framework of the Convention for the Safeguard of Immaterial Heritage, adopted by UNESCO in 2003. Likewise, she has been nominated among the fifty women heroines in the celebration of the Bicentennial of Chile. In the year (2016) she was elected National Heroe of Chile. Cristina Calderón died in February 16th 2022, victim of covid-19. She posthumously received the first medal from the Ministry of Social Development and Family of the Region of Magallanes and Chilean Antarctica.
Cristina Calderón (Maio de 1928) nasceu em Puerto Williams – Ilha Navarino (Terra do Fogo Chilena). Após a morte de sua irmã Úrsula Calderón em 2003, tornou-se o único membro ainda puro sangue entre seu Povo Yagán e a última falante de sua língua ancestral e milenária. Ambas praticavam seu idioma nativo com Emelinda Acuña, cunhada de Cristina Calderón. Abuela Cristina foi declarada oficialmente Filha Ilustre da Região de Magalhães e Antártida Chilena e em 2003 reconhecida pela UNESCO como Tesouro Vivo e Imaterial da Humanidade. Da mesma forma, foi nomeada uma das 50 mulheres heroínas do Bicentenário da República do Chile. No ano de 2016, foi eleita Heroína Nacional do Chile. Cristina Calderón faleceu no dia 16 de Fevereiro de 2022, vítima da covid-19. Recebeu postumamente a primeira medalha do Ministério de Desenvolvimento Social e Família da Região de Magalhães e Antártica Chilena.
Em meu livro “21 Dias Nos Confins do Mundo” (Os Caminhos Sagrados do Fim do Mundo e A Sociedade Secreta da Terra do Fogo), ficção inspirada em fatos reais (Setembro de 2015), Abuela Cristina inspirou-me a um dos principais personagens do livro. Ao longo da história, a ela foi atribuído o nome de Virgínia, como forma de recordar a memória da Sra. Virgínia Choquintel – última descendente de sangue puro do Povo Selk´´ nam, os quais habitavam a região da Ilha Grande da Terra do Fogo – hoje Terra do Fogo Argentina.
O extremo sul da América sempre surpreendeu milhares de pessoas ao redor de todo o mundo por seus encantos e magia. Berço de um povo místico que viveu isolado do mundo por milhares de anos e aprendeu ao longo dos séculos a cultuar e a amar a Natureza no seu mais precioso sentido. Extraíam dela não apenas a sua subsistência, mas também a preciosa sabedoria que os permitia se conectar com a grandeza divina e as forças que regem o Universo. Ao percorrer os Caminhos Sagrados da Terra do Fogo, o personagem principal é conduzido a lugares mágicos e pessoas marcantes, que compartilham histórias preciosas sobre os povos ancestrais da Terra do Fogo e sua sabedoria milenar. Ao se lançar de corpo e alma no desconhecido, experimenta o verdadeiro potencial humano e depara-se com os segredos da alma, do universo e de si mesmo.
Com um belo arranjo entre realidade e ficção, 21 Dias Nos Confins do Mundo costura fatos históricos e curiosos com a emocionante aventura que é se descobrir no mundo.
Tive a imensa honra de conhecer pessoalmente a Sra. Cristina Calderón, em sua casa, além de parte de sua querida família, dentre os quais Luis Francisco Gomez Zárraga, seu neto e líder da Comunidade Yagán na época. Luis inspirou-me ao personagem “Raul”. Com ele pude percorrer parte da Ilha Navarino e conhecer os lugares mais representativos para seu Povo. Ou seja, os lugares que foram habitados por seus ancestrais ao longo de milhares de anos. Da mesma forma, o Cemitério Indígena onde estão os corpos dos ancestrais de sua etnia (Yaghán), na localidade chamada Baia Mejillones.
Abuela Cristina e grande parte de sua família vivem até hoje em Villa Ulika, povoado criado na década de 1960 e onde foram realocados os últimos descendentes do Povo Yaghan (também conhecidos como Yámana). Villa Ukika é o último ponto habitado antes da Antártida e onde os últimos 51 descendentes, dentre as últimas 7o pessoas existentes de sua etnia foram realocados.
A história do Povo Fueguino, embora tenha sofrido um trágico desfecho, é fantástica e cercada de misticismos. Os primeiros habitantes a surgirem na Terra do Fogo datam por volta de 11 mil anos (podendo ser superior), sendo que o seu surgimento até hoje é envolto de mistérios e especulações. Ao longo de sua existência se dividiram em 03 diferentes clãs, conhecidos como: Yagháns (Yámanas), Selk´nams (Onas) e os Alakalufes – embora o modo de vida e a estrutura social dos diferentes clãs fosse muito similar, inclusive suas crenças, o que fez com que alguns estudiosos os nomeasse, como um todo, de “Canoeiros Magalhânicos”. Há também uma 04º etnia conhecida como Haush, mas alguns antropólogos os classificaram como um ramo da etnia Selk´nam. Quando os primeiros no extremo sul da América avistaram enormes colunas de fumaça, e chegaram a acreditar que se tratavam de ilhas vulcânicas. No entanto, após chegarem próximos do litoral avistaram enormes fogueiras que eram mantidas acesas pelos nativos afim de minimizarem o extremo frio causado pelo clima Sub-Antártico.
Diversas pessoas importantes compuseram a história da Terra do Fogo, dentre elas Charles Darwin, o qual conviveu durante 03 anos com o Povo Fueguino antes de sua passagem por Galápagos. É preciso mencionar também a importância de alguns Missionários na manutenção e na sobrevivência do povo e da memória cultural da Terra do Fogo. Muitos deles, como a exemplo de Martin Gusinde e Alberto di Agostini (conhecido como o Padre aventureiro) tiveram papel crucial no registro do modo de vida dos nativos fueguinos, sem os quais seria impossível termos a mínima noção de como funcionava sua sociedade, cultura e modo de vida.
Em meu livro trago parte da minha experiência em peregrinar pela Terra do Fogo, entrelaçando períodos de reflexão própria ao longo dos Caminhos Sagrados da Terra do Fogo com partes ficcionais, as quais foram elaboradas tendo como base a Mitologia Ancestral que fazia parte da vida e da crença dos Ancestrais Fueguinos.
VOTE CRISTINA CALDERÓN:
Abuela Cristina não representa somente o Chile ou a Terra do Fogo, mas a força e a resistência do espírito humano. Ou seja: A HUMANIDADE.
OBRIGADO PELO SEU VOTO!
Livro “21 Dias Nos Confins do Mundo” (1º Edição de Set/2015)
Book “21 Days at The End of The World” (1º Edition – Sep/2015)
Foto acima: Crianças e Jovens de escolas públicas que estão conhecendo Abuela Cristina, assim como a história de seus ancestrais da Terra do Fogo.
Foto acima: Abuela Cristina recebe a visita do Governador da Província de Magallañes, Tierra del Fugo y Antártida Chilena, Sr. Nelson Carcamo
Foto (Fonte): Prensa Antartica
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Foto acima: Abuela Cristina Calderón ao lado da Presidenta do Chile Michelle Bachelet, inaugurando o novo hospital de Puerto Williams no último dia 07de Novembro (2016), o qual leva o seu nome.
Foto (Fonte): Prensa Antártica
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Foto acima: Foto da fachada do novo hospital de Puerto Williams “CRISTINA CALDERÓN, inaugurado no último dia 07de Novembro (2016).
Foto (Fonte): Prensa Antártica
Foto (Fonte): Comunidad Yagán Bahia Mejillones
Foto acima: Pedra retirada da Baia Mejillones – Ilha Navarino – Cabo de Hornos (Chile), enviada à Washington D.C (EUA) para representar o Sul do Mundo no Museu do Índio Americano. Assim que carregada, antes de embarcar, a Comunidade Yagán (Yámana) tirou a foto que servirá como um lindo memorial para os que virão, em especial pelo fato da Sra. Cristina Calderón (Heroína 2016) estar nela.
Abuela Cristina Calderón e o Rey de Noruega Harald V.
Foto (Fonte): Radio Polar