Academia Brasileira de Letras (ABL) é uma instituição literária brasileira fundada na cidade do Rio de Janeiro em 20 de julho de 1897 por escritores como Machado de Assis, Lúcio de Mendonça, Inglês de Sousa, Olavo Bilac, Afonso Celso, Graça Aranha, Medeiros e Albuquerque, Joaquim Nabuco, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay e Ruy Barbosa. É composta por quarenta membros efetivos e perpétuos (por isso alcunhados imortais) e por vinte sócios estrangeiros.
Tem por objetivo o cultivo da língua portuguesa e da literatura brasileira. É-lhe reconhecido o mérito por esforços históricos em prol da unificação do idioma, do português brasileiro e do português europeu. Nomeadamente, teve papel importante nos Acordos Ortográficos de 1945 e 1990, conseguido em conjunto com a Academia das Ciências de Lisboa.
É responsável pela edição de obras de grande valor histórico e literário, e atribui diversos prêmios literários.
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HISTÓRIA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
(O PETIT TRIANON)
Construído no ano anterior para abrigar o pavilhão da França na Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1923, o governo francês doou à Academia Brasileira de Letras um prédio – réplica do Petit Trianon de Versailles.
Em 1923, graças à iniciativa de seu presidente à época, Afrânio Peixoto e do então embaixador da França, Raymond Conty, o governo francês doou à Academia o prédio do Pavilhão Francês, edificado para a Exposição do Centenário da Independência do Brasil, uma réplica do Petit Trianon de Versalhes, erguido pelo arquiteto Ange-Jacques Gabriel, entre 1762 e 1768.
A 22 de Setembro de 1941 foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal e a 26 de Novembro de 1987 foi feita Membro-Honorário da mesma Ordem de Portugal.
Essas instalações encontram-se tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, desde 9 de novembro de 1987.
Os seus salões funcionam até os dias de hoje abrigando as reuniões regulares, as sessões solenes comemorativas, as sessões de posse dos novos acadêmicos, assim como para o tradicional chá das quintas-feiras. Podem ser conhecidas pelo público em visitas guiadas ou em programas culturais como concertos de música de câmara, lançamento de livros dos membros, ciclos de conferências e peças de teatro.
No jardim, junto à entrada do Petit Trianon, encontra-se um dos mais conhecidos símbolos da Casa, a escultura em bronze de Machado de Assis, de autoria de Humberto Cozzo.
O Saguão, com piso em mármore, lustre de cristal francês e peças de porcelana de Sèvres, conduz ao Salão Nobre, ao Salão Francês e à Sala Francisco Alves. O andar térreo compreende, também, a Sala dos Poetas Românticos, a Sala Machado de Assis e a Sala dos Fundadores.
No Salão Francês, o Acadêmico eleito cumpre a tradição de permanecer sozinho, em momentos de reflexão, antes da cerimônia de posse. A seguir, Acadêmicos especialmente designados buscam o novo confrade e o introduzem no Salão Nobre, onde será empossado na Cadeira para a qual foi eleito.
Nas solenidades, à semelhança da Academia Francesa, os imortais brasileiros envergam o fardão, vestimenta verde escuro com folhas bordadas a ouro, que tem como complemento um chapéu de veludo negro com plumas brancas e uma espada.
As Acadêmicas, que passaram a integrar a Casa de Machado de Assis em 1977, usam um longo e reto vestido de crepe, na mesma tonalidade do fardão, também com folhas bordadas a ouro.
Além das posses, realizam-se no Salão Nobre as Sessões Solenes e Sessões Ordinárias comemorativas.
No lado oposto ao do Saguão, a Sala dos Poetas Românticos abre-se para um belo pátio e reverencia Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Fagundes Varela e Gonçalves Dias, imortalizados em bustos de bronze.
Na Sala Machado de Assis, organizada pelo Acadêmico Josué Montello, destacam-se objetos pessoais do escritor, como: livros de sua biblioteca, a escrivaninha onde trabalhava e um belo retrato a óleo de autoria de Henrique Bernardelli.
A Sala dos Fundadores e a Sala Francisco Alves, onde são realizados os lançamentos de livros dos Acadêmicos, abrigam importantes obras de arte e peças decorativas do acervo da Academia.
No segundo andar do Petit Trianon, estão a valiosa Biblioteca Acadêmica Lúcio de Mendonça, a Sala de Sessões e o Salão de Chá, onde se reúnem os Acadêmicos, às quintas-feiras. Uma grande reprodução dos Estatutos da Academia, de 1897, assinados por Machado de Assis, Joaquim Nabuco e membros da primeira Diretoria, está afixada na Sala de Sessões, que também possui dois painéis com retratos dos fundadores e dos patronos das 40 Cadeiras da ABL.
BIBLIOTECA ACADÊMICA LÚCIO DE MENDONÇA
(RESERVADA AOS MEMBROS ACADÊMICOS)
A Biblioteca Acadêmica Lúcio de Mendonça teve origem na própria época de criação da Academia Brasileira de Letras, com a doação do romance “Flor de sangue”, por Valentim Magalhães, registrada na ata de 28 de dezembro de 1896.
Porém, sua criação oficial deu-se em 13 de novembro de 1905 por proposta de Rodrigo Octavio, seu primeiro diretor, sob a presidência de Machado de Assis.
A Academia Brasileira de Letras recebe, desde sua fundação, doações de coleções particulares de acadêmicos, de personalidades do mundo literário e cultural e de bibliófilos.
Fazem parte do seu acervo primeiras edições de obras clássicas da literatura mundial, além de um grande número de obras raras dos séculos XVI a XX, destacando-se a edição princeps de Os Lusíadas, de 1572, e um raríssimo exemplar das Rhythmas, impresso em Lisboa, no ano de 1595, de Luís de Camões.
Ao longo de sua existência, a Biblioteca Acadêmica viu as coleções ultrapassarem sua capacidade de armazenamento, não havendo espaço necessário para abrigá-las e permitir o crescimento do acervo.
Assim, em 1999, na presidência do Acadêmico Arnaldo Niskier, decidiu-se criar uma nova biblioteca, denominada Biblioteca Rodolfo Garcia, por sugestão do Acadêmico Josué Montello.
Na gestão do Acadêmico Tarcísio Padilha e do secretário-geral Acadêmico Carlos Nejar, promoveram-se a adequação das condições ambientais e a reestruturação técnica da Biblioteca Acadêmica, com a introdução de novas tecnologias e a intensificação da informatização do acervo.
A Biblioteca Acadêmica Lúcio de Mendonça atende aos Acadêmicos e pesquisadores com um acervo bibliográfico de aproximadamente 20.000 volumes, formado pelas coleções: Acadêmica, ABL, Referência, Camoniana, Periódicos e obras raras dos séculos XVI a XVIII, além de coleções particulares de Alberto de Oliveira, Afrânio Peixoto, Domício da Gama, Machado de Assis, Manuel Bandeira e Olavo Bilac.
Instalada no 2º andar do Petit Trianon, ocupa uma área de 250m², dividida em três ambientes. Além de livros, possui um acervo museológico composto por móveis de época, esculturas e quadros de grandes pintores. A Biblioteca Lúcio de Mendonça atende aos acadêmicos e a pesquisadores.
PALÁCIO AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE
O Palácio Austregésilo de Athayde, situado na Avenida Presidente Wilson ao lado do Petit Trianon, foi inaugurado em 20 de julho de 1979, na presidência do Acadêmico Austregésilo de Athayde.
O objetivo do então presidente era de construir um prédio moderno que no futuro se tornasse base sólida do patrimônio da Academia, além de fazê-lo instrumento de promoção da cultura sobre toda a nação brasileira.
Para tal, obteve doação do governo do terreno onde abrigava o Pavilhão Inglês na Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil.
Atualmente, parte do Palácio Austregésilo de Athayde é espaço para atividades culturais da ABL e local onde se situa a Diretoria e a Biblioteca Rodolfo Garcia.
É no Palácio Austregésimo de Athayde que se encontra A Biblioteca Rodolfo Garcia, a qual foi construída na gestão do Acadêmico Alberto da Costa e Silva e inaugurada em 22 de setembro de 2005 na presidência do Acadêmico Ivan Junqueira, sob a direção do Acadêmico Murilo Melo Filho.
BIBLIOTECA RODOLFO GARCIA
(PÚBLICA)
A Biblioteca Rodolfo Garcia atende a comunidade em geral, e, em especial, a pesquisadores graduados, com um acervo de aproximadamente 70.000 volumes.
Centrado em filosofia, filologia, lingüística, literatura, história e ciências humanas, o acervo é formado pelas coleções Geral, de Referência, de obras raras dos séculos XIX e XX – com destaque para a Brasiliana e Camiliana.
Seu acervo também é composto por coleções particulares pertencentes a Agliberto Xavier, Alzira Vargas do Amaral Peixoto, Arthur Vautier, Ary de Andrade, Carlos Magalhães de Azeredo, Celso Vieira, Fernando Nery, Franklin de Oliveira, Frédéric Mauro, Marcos Carneiro de Mendonça e Silvio Neves.
O acervo vem sendo enriquecido por importantes doações, como as efetuadas pelos Acadêmicos Alberto da Costa e Silva, Alberto Venancio Filho e Josué Montello.
A Biblioteca Rodolfo Garcia é aberta ao público e pode ser utilizada pela população em geral, tanto para consulta e pesquisa quanto como outras afinidades mediante cadastramento do usuário.
É uma Biblioteca moderna e localizada na parte nova da Academia Brasileira de Letras, no andar superior do Palácio Austregésilo de Athayde.
Vale muito a pena visita-la.
NOTA: Meus sinceros agradecimentos a Academia Brasileira de Letras por ter me permitido visitar o Petit Trianon e a Biblioteca Acadêmica reservada aos membros da Academia, em especial a Bibliotecária Suzie Pires, a qual aparece comigo em uma das fotos acima no interior da Biblioteca Acadêmica.
A visita ao Petit Trianon foi muito significativa para mim.
Foi nele que em 1922 meu bisavô expôs no Centenário da Independência